segunda-feira, 28 de maio de 2012

A Janela de Overton - Glenn Beck




Autor(a): Glenn Beck
Título Original: The Overton Window
Páginas: 384
Lançamento: 2011 Brasil / EUA
Editora: Novo Conceito
Classificação:★★★


Quando eu li a sinopse desse livro, me interessei na hora.

“Uma conspiração contra os EUA vem sendo preparada há cem anos, e agora está prestes a ser colocada em prática... Alguém será capaz de impedi-la?

E se você descobrisse que tudo em que você acreditou até hoje não passa de uma grande farsa? Que a roupa que você veste todos os dias pela manhã, assim como o carro que você dirige não são escolhas suas? Que o governante que você elegeu na última eleição para comandar sua cidade e seu país também não depende de você? E se chegasse a conclusão de que toda autonomia e livre-arbítrio que você julga ter, na verdade, atendem a um outro comando que não as suas ideias e a sua própria vontade?

Adoro livros sobre conspirações, envolvendo politica, espionagem e a vida civil.

Bom, o livro tinha tudo para ser ótimo, pena que não é!

Glenn Beck é um jornalista americano que se meteu a escrever um romance ficcional, usando um termo muito legal, chamado de “A Janela de Overton”.

Mas o que seria essa janela de Overton?

Nada mais é, do que uma forma de manejar a opinião pública para aquilo que o governo ou grandes empresas precisem.

Em um primeiro momento, você acharia um absurdo que as linhas telefônicas fossem monitoradas, assim como os e-mails e outros tipos de contatos. Cadê a privacidade e liberdade civil que nos rodeou por séculos?

 Mas após um ataque terrorista – 11 de setembro – quando o governo anuncia uma maior ação para achar grupos terroristas, você pensa: “Bom, eu não devo nada. Se eles querem grampear o país inteiro, e assim, achar os responsáveis por ataques a pessoas inocentes, fiquem á vontade. Grampem meus contatos, e achem os terroristas”. E você acaba aceitando a opinião politica.

Aos poucos, eles conseguiram fazer você mudar de ideia, mesmo que antes você achasse um absurdo!

Basicamente, esta é o conceito da Janela de Overton.

Agora, voltando ao livro, sim, se ele usasse apenas esse conceito, já seria ótimo, e se o escritor conseguisse colocar outras conspirações no meio da história, puxa! Livro para indicar para Deus e o mundo.

Só que Beck decidiu colocar personagens insossos, em um livro de 354 páginas, tempo insuficiente para construí-los de forma digna, e ainda, contar uma história conspiratória.

No livro temos Noah Gardner, o típico solteiro rico de Nova York que tem tudo nas mãos, graças ao seu poderoso pai, dono de uma grande empresa de relações públicas. Tudo muda quando ele conhece Molly Ross, uma temporária que fez com que ele se apaixonasse em dois segundos!

Sério, aí está um dos motivos do meu desgosto. O cara devia ter visto-a outras vezes, mas de repente, ele a olha, ela o ignora e PUM! O cúpido o flechou e ele está completamente apaixonado! Tanto que durante a leitura do livro, tive vontade de parar, juro. Por que é tão irreal, tão surreal, de verdade, que fiquei pensando “Sério que precisava seguir esse conceito?”

Molly faz parte de um grupo de intensos patriotas americanos que lutam para que a Constituição volte a ter o devido valor no país, indo contra Democratas e Republicanos e contra o governo autoritário e alienado que se instaurou no país. E ela tenta mostrar ao Noah que tudo o que ele vive é pura mentira, que ele deve abrir os olhos para a verdade.

Bem, em minha humilde opinião, ele vê mais a realidade do que a própria Molly e seus compatriotas.

O livro vai e volta, faz umas coisas doidas e você fica esperando pela conspiração, pela história, e ela simplesmente chega apenas no final , não tendo tempo para se desenvolver de forma correta e impressionante!

O personagem que eu mais gostei foi do Arthur Gardner, o pai de Noah e o grande conspirador desse mundo!

Os discursos dele são os melhores, sério. Ele foi muito bem construído e é a persona da politica, da economia e do mundo capitalista a qual vivemos.

Se todos os personagens tivessem sido construídos como este, teria me apaixonado!

Enfim, fora o Arthur Gardner, adorei as citações históricas que Glenn Beck coloca no meio da história. Seja de Adam Smith à John Adams, são citações que nos mostram como deixamos o patriotismo de lado e como pensamos apenas em nós mesmos.  Indo além do americano, é claro!

Tirando isso, temos o Posfácio, que é a melhor parte do livro. Já que ele usou situações e noticias reais, ver as fontes, da onde ele tirou todas as informações, é muito legal. Se ele tivesse colocado isso junto á Janela de Overton, para mostrar como a linha de seguimento está caminhando para o fim esperado pelo poderio, aí sim, seria espetacular.

Enfim, não gostei da história. Achei-a muito enrolada, queria dizer coisas muito legais, mas se enrolou toda no meio do caminho e não cumpriu seu papel.

Em alguns momentos me vi lendo uma reportagem de jornal, e se ele tivesse criado um livro desse formato, sem o Noah, sem a Molly e sem esses personagens, apenas metendo a cara, sem medo de ser processo, sem querer ficar usando o termo - ficção - o  livro seria muito melhor.

Final tolo, que ainda deixa brecha para uma continuação?? – NÃO POR FAVOR!

E só estou dando três estrelas por que a ideia é ótima, o posfácio se garante e Arthur Gardner é a personificação do MUNDO!

Agora na boa, Glenn, tente ter uma aula de metodologia, por que você está precisando.

E editora Novo Conceito, melhorar na tradução aí, porque pecou em concordância?! Demais pra minha cabeça!



P.S - Se você quer ler um livro sobre conspiração, espião e mundo civil, leia A Farsa de Christopher Reich, que com certeza vai adorar! Em breve vou fazer uma resenha desse autor!

Taty Rodrigues

2 comentários:

  1. Nunca ouvi falar nesse livro, mas pela sua resenha, também não ia gostar!
    Quanto a tradução ruim, como isso me irrita! E esses tradutores contratados por grandes editores estão aí, trabalhando, ganhando bem, e fazendo besteira!
    Oi, eu traduzo melhor, e ninguém me contrata, pq né, quem sou eu? Qual a minha experiência? Aff.
    Pra você ver, essas pessoas que não escrevem tão bem, ou não traduzem tão bem, tem chance, e nós não. Mundo injusto.
    #MomentoRevolta hahahahahahaha

    =*

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  2. Aiii nem me fale! Algumas pessoas dão sorte, e olha, MUITA SORTE! Por que somente assim para continuar em seus empregos.

    Odeio quando eles erram na tradução e principalmente, no português.
    Poxa, editora conceituada me fazendo uma dessas? Não vale!

    Com certeza você traduziria melhor, Fabí! Só por ler seus textos, sei que não cometeria esse tipo de erro!

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